Sofrimento Inocente
- Rui Galhós
- 27 de fev. de 2021
- 2 min de leitura

Antes de dizer alguma coisa sobre o sofrimento que assola muitos de nós, quero que compreendam que é com muita compaixão e compreensão que estou a escrever este artigo. Gostava que por uns minutos conseguissem suspender todos os vossos argumentos (que já começaram a aparecer, do tipo quem é este para vir falar de sofrimento, bla bla bla...) e lessem este texto com curiosidade e abertura.
Para mim, dado aquilo que posso aferir pela minha experiência, todo o sofrimento é inocente. Ninguém sofre porque quer, ninguém escolhe deliberadamente sofrer, se nesse preciso momento...tivesse a clareza de ver as suas circunstâncias de uma forma...diferente.
Apesar de inocente no sentido de não ser intencional, o sofrimento não é assim tão inocente no sentido de não causar danos. Quando prolongado no tempo, acaba por criar uma desregulação do nosso sistema, podendo levar a várias condições de saúde física e mental.
Tudo em nós e à nossa volta parece apontar para uma necessidade inata para o equilíbrio. Na realidade não só o sofrimento, mas qualquer outro estado emocional, quando levado ao extremo e continuado, acabará por destabilizar esse equilíbrio e originar todo um conjunto de problemas aos mais diversos níveis.
Manter este equilíbrio é e deveria ser sempre a nossa maior prioridade, em qualquer situação, porque tudo o que mais apreciamos só é possível graças a ele.
O sofrimento tem o seu lugar, mas não pode nem deve, em qualquer circunstância, sim qualquer...se sobrepor ao nosso bem mais precioso - o nosso equilíbrio - de onde depende a nossa saúde, felicidade, as nossas relações, os nossos hobbies, profissões, etc., literalmente tudo está inteiramente assente e dependente dele.
A boa notícia, é que este equilíbrio como escrevi acima, é inato, e é assistido por uma inteligência que o autorregula, sendo que muitas vezes, aquilo que nos assusta (sintomas), são na verdade o sistema a tentar voltar ao equilíbrio, da forma que lhe é permitida, porque por vezes, inocentemente, acabamos por interferir com este processo, para nosso prejuízo.
Quando realizamos a forma perfeita como fomos "desenhados", todos os sentimentos e emoções terão o seu tempo e lugar, inclusive o sofrimento, e depois, dissipar-se-ão sem deixar rastro, deixando o sistema intacto, como novo, preparado para a próxima experiência.
Com amor,
Rui
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